domingo, 13 de maio de 2012

Feliz dia das Mães!!!!

"Para a mãe que desabrocha, rosa
para a mãe que bem-me-quer, margarida
para a mãe que  gosta de champanhe, tulipa
para a mãe que gosta de orquestra, orquídea
para a mãe que é um violão, violeta
para a mãe que não dorme, girassol
para a mãe que trabalha, sempre-viva
para a mãe que defende, boca-de-leão
para a mãe que gera, gerânios
para a mãe que ama, amor-perfeito."

Martha  Medeiros, in Cartas Extraviadas e Outros Poemas

sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz 2012!!!




Como Mafalda, também acho que não devemos pedir ou sonhar um ano melhor, mas sermos melhores a cada ano!!! 
Se queremos um mundo melhor, é preciso dar o exemplo:  extirpar de nosso inconsciente a idéia do "levar vantagem em tudo", do "jeitinho brasileiro"... Respeitar espaços, respeitar pessoas, em pequenos ou grandes gestos, é necessário. O crime de colarinho branco é tão absurdo quanto pequenos atos praticados diariamente, a exemplo de furar fila... 
Se faz necessário ser cidadão e não somente esperar que o próximo exerça a cidadania esperada.

Que possamos preencher nossa folha em branco da melhor maneira possível "por um novo nós"!!!

Feliz mundo novo!!!!!!!!

E, nunca é demais as palavras de Drummond:
"Para ganhar um Ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o ano Novo cochila e espera desde sempre."

Valéria Álvares

domingo, 25 de dezembro de 2011


Das habilidades que o mundo sabe, essa ainda é a que faz melhor: dar voltas!
 José Saramago

sábado, 24 de dezembro de 2011

Sintaxe a vontade - O Teatro Mágico


Sintaxe a vontade
Fernando Anitelli


Sem horas e sem dores,
Respeitável público pagão,
Bem-vindos ao teatro magico.
A partir de sempre
Toda cura pertence a nós.
Toda resposta e dúvida.
Todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser,
Todo verbo é livre para ser direto ou indireto.
Nenhum predicado será prejudicado,
Nem tampouco a frase, nem a crase, nem a vírgula e ponto final!
Afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas, entre vírgulas,
E estar entre vírgulas pode ser aposto,
E eu aposto o oposto: que vou cativar a todos
Sendo apenas um sujeito simples.
Um sujeito e sua oração,
Sua pressa, e sua verdade, sua fé,
Que a regência da paz sirva a todos nós.
Cegos ou não,
Que enxerguemos o fato
De termos acessórios para nossa oração.
Separados ou adjuntos, nominais ou não,
Façamos parte do contexto da crônica
E de todas as capas de edição especial.
Sejamos também o anúncio da contra-capa,
Pois ser a capa e ser contra a capa
É a beleza da contradição.
É negar a si mesmo.
E negar a si mesmo é muitas vezes
Encontrar-se com Deus.
Com o teu Deus.
Sem horas e sem dores,
Que nesse momento que cada um se encontra aqui e agora,
Um possa se encontrar no outro,
E o outro no um...
Até por que, tem horas que a gente se pergunta:
Por que é que não se junta
Tudo numa coisa só?


Boas Festas!!!!




Eu estou aprendendo a ser feliz. Tem que se educar. 
Que nem você tem que aprender a ler, a escrever, 
tem que aprender a ser feliz. 
Eu só vou parar no dia que eu morrer.

Cazuza

sábado, 3 de dezembro de 2011






Aprendi também a não contar muito com os outros: na medida do possível, faço tudo só. Dá mais certo.
Caio F Abreu
As manchas roxas na pele tendem a desaparecer num curto período de tempo, com ou sem aplicação de pomada. As manchas que os sustos colorem na alma, não. Essas precisam de outro tipo de atenção para serem dissolvidas. Atenção e muita,  muita, paciência.

domingo, 27 de novembro de 2011



Se a gente cresce com os golpes duros da vida,
também podemos crescer com os toques suaves da alma.

Cora Coralina

Eu peço a Deus tudo o que eu quero e preciso. É o que me cabe.
Ser ou não ser atendida - isso não cabe a mim, isso já é matéria-mágica que se me dá ou se retrai.
Obstinada, eu rezo.
Eu não tenho o poder. Tenho a prece.

Clarice Lispector

domingo, 20 de novembro de 2011

A lua e adjacências


Era linda, a lua. Linda e cheia. Tão linda e tão cheia, que deixei as sacolas do supermercado aguardarem um pouquinho no chão para me permitir admirá-la. Um instante de recreio para os olhos. Um respiro improvisado para o dia. Parada no meio da rua, o olhar voltado para o céu, acabei despertando a curiosidade de algumas pessoas que passavam por mim: olhavam também para o alto na tentativa de compreender a motivação do meu gesto.

Que coisa, afinal, estava acontecendo lá em cima que havia feito eu interromper o meu percurso? Um OVNI? Uma apresentação noturna da esquadrilha da fumaça? Um sinal apocalíptico? A iminência de uma tempestade literalmente de parar o trânsito? A maioria, suponho, não viu coisa alguma que justificasse o meu olhar contemplativo. A lua?! Não, não podia ser somente isso, embora seja coisa à beça. Depois de olharem para o alto sem desvendar o enigma, olhavam para mim ainda mais interrogativos. Será que eu estaria sofrendo de algum problema súbito na cervical por causa do peso das sacolas?

A gente não costuma mesmo mais olhar a lua com a freqüência com que ela merece ser olhada. A lua e adjacências. Às vezes, porque os prédios não deixam. Porque para ver um pedacinho dela quando já é possível, altas horas da noite, precisamos nos contorcer tanto junto às janelas dos apartamentos onde moramos, que tememos que um vizinho bem-intencionado interfone para o síndico para comunicar a suspeita de uma tentativa de suicídio. Às vezes, também, não reparamos mais a lua nem as estrelas nem o azul macio dos dias ensolarados porque corremos muito e parece impossível reservar um único minuto do nosso dia de 24 horas para simplesmente olhar para o alto e admirar as belezas de lá. Às vezes, ainda, porque esquecemos que existe um céu para se olhar, os olhos na maior parte do tempo rentes à altura do nosso corpo e das nossas preocupações.

Acho que é preciso a gente se encantar, de novo, com essas belezas simples e grandiosas. Há um espetáculo precioso, gratuito, da natureza, mas a platéia está cada vez mais esvaziada. Não sei se acontece o mesmo com as outras pessoas, mas eu ouço raros comentários sobre a beleza da lua da noite anterior. Sobre a ternura sentida diante de uma árvore florida vista no trajeto para algum lugar. Sobre arrepios de emoção que alguém experimentou ao olhar o mar no fim de semana. Sobre a memória afetiva que veio à tona quando alguém, ao contemplar o céu noturno, tentou localizar a Cruzeiro do Sul, as Três Marias, a Estrela D’alva, que eu via no quintal lá de casa, já de manhãzinha, e depois me disseram que era o planeta Vênus. Raros para não dizer nenhum.

É preciso ter olhos frescos para sermos capazes de admirar belezas aparentemente antigas. A beleza envelhece quando o olhar da gente perde o viço. Toda beleza é capaz de vestir roupa nova porque outro também é o nosso olhar. Não ignoro o sofrimento. Não banalizo as dores que a gente sente, que não são poucas. Como a maioria de nós, num único dia, visito territórios dos mais diversos sentimentos e às vezes é bem difícil experimentar alguns deles. Mas, eu acho que, à parte os embaraços do caminho, quando a gente se fecha para a beleza do mundo, a vida fica insípida. Quero continuar a ter esse olhar capaz de se encantar com coisas que vê mesmo quando, particularmente, a minha história se torna difícil de ser lida. Por elas, largo as sacolas do supermercado no chão para, por alguns instantes, ser apenas aquela que as contempla. Os problemas continuam, mas o coração ganha um presente.
Ana Jácomo

Alice: Quanto tempo dura o eterno?


Coelho: Às vezes apenas um segundo.

Lewis Carrol, Alice no País das Maravilhas

terça-feira, 15 de novembro de 2011


Tenho uma memória fantástica para esquecer  
Robert Louis Stevenson

segunda-feira, 14 de novembro de 2011


Contrariando a lei da física, no amor, dois corpos ocupam sempre o mesmo espaço. 

Jaak Bosmans

domingo, 6 de novembro de 2011

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Aprendizado


Estou aprendendo a enterrar amigos,
corpos conhecidos, e começo as lições
de enterrar alguns tipos de esperança.
Ainda hoje
sepultei um braço e um desejo de vingança.
Ontem, fui mais fundo:
sepultei a tíbia esquerda
e apaguei três nomes da lembrança.

Affonso Romano de Sant’Anna — Epitáfio para o Século XX e Outros Poemas

Exige muito de ti e espera pouco dos outros. Assim, evitarás muitos aborrecimentos.
Confúcio

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Ver com amor também é um jeito de prece
Ana Jácomo





Viver de noite me fez senhor do fogo.
A vocês, eu deixo o sono.
O sonho, não!
Este eu mesmo carrego!

Paulo Leminski

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Paixão


De vez em quando Deus me tira a poesia.
Olho pedra, vejo pedra mesmo.
O mundo, cheio de departamentos, não é a bola bonita caminhando  solta no espaço.

Adélia Prado

sábado, 29 de outubro de 2011

As pequenas injustiças



Não me conformo com as pequenas injustiças. Aceito as grandes, porque são inevitáveis, como as catástrofes, e atestam a impotência dos deuses. 
Aquela criança, descalça, apenas precisava de uns sapatos. Se tivesse nascido sem pés, não era tão grande a minha revolta. 
António Arnaut, in 'As Noites Afluentes' 


[...]
(em pequeno, eu costumava maravilhar-me com o fato de que as letras de um livro fechado não se misturassem e se perdessem no decorrer da noite)


O Aleph - Jorge Luis Borges